A Internacional

__ dementesim . . Do rio que tudo arrasta se diz que é violento Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem. . _____ . Quem luta pelo comunismo Deve saber lutar e não lutar, Dizer a verdade e não dizer a verdade, Prestar serviços e recusar serviços, Ter fé e não ter fé, Expor-se ao perigo e evitá-lo, Ser reconhecido e não ser reconhecido. Quem luta pelo comunismo . . Só tem uma verdade: A de lutar pelo comunismo. . . Bertold Brecht

domingo, agosto 30, 2009

Roubini adverte para perigo de nova recessão

Jornal de Negócios - 2009.08.24
.

O economista norte-americano, que consolidou a sua reputação por ter sido o que melhor antecipou a crise financeira internacional e as suas consequências, diz que o risco de o mundo regressar de novo a uma recessão está a aumentar.

Eva Gaspar
egaspar@negocios.pt
.

O economista norte-americano, que consolidou a sua reputação por ter sido o que melhor antecipou a crise financeira internacional e as suas consequências, diz que o risco de o mundo regressar de novo a uma recessão está a aumentar.
.

Ainda assim, precisa Nouriel Roubini, o cenário mais provável é o de uma recuperação “anémica”, com taxas de crescimento abaixo do potencial “durante alguns anos”.
.

Em artigo de opinião hoje publicada no “Financial Times”, Nouriel Roubini reconhece que taxas de juro historicamente baixas, associadas a uma fortíssima dose de intervenção dos Estados nas economias, arrisca a gerar tensões inflacionistas no futuro. Mas, acrescenta, neste momento é preciso que bancos centrais e Governos mantenham os estímulos à economia, caso contrário “a recuperação será comprometida” e o mundo desenvolvido poderá regressar à “estagdeflação (recessão e deflação).
.

O economista norte-americano sublinha ainda que a subida do preço de vários produtos alimentares de base e do petróleo é outro factor de risco que pode pôr termo à ainda frágil dinâmica de recuperação.
.
.

Maior central de táxis de Lisboa perde sócios por causa de GPS

Em poucas semanas, a maior central de táxis da capital, a Rádio Táxis de Lisboa (Retalis), perdeu cerca de uma centena de sócios para o seu principal concorrente, a Autocoope. Na raiz desta migração está um GPS. Sim, um GPS.

Miguel Prado
miguelprado@negocios.pt
Celso Filipe
cfilipe@negocios.pt
,



Em poucas semanas, a maior central de táxis da capital, a Rádio Táxis de Lisboa (Retalis), perdeu cerca de uma centena de sócios para o seu principal concorrente, a Autocoope. Na raiz desta migração está um GPS. Sim, um GPS.

A Retalis, hoje com 850 táxis nas ruas lisboetas, tem vindo a implementar um novo sistema de gestão dos pedidos dos clientes, propondo aos taxistas a compra do sistema de navegação. Mas nem todos estão de acordo com esta modernização.

João F. (nome fictício) é um dos que abandonaram a Retalis, descontente com a forma como o GPS foi introduzido pela direcção da cooperativa. "Não concordei com a maneira como o negócio foi feito. Numa primeira fase os contratos que nos apresentaram eram apenas em inglês e só depois os traduziram. E o GPS não era nada daquilo que tínhamos visto e está ultrapassadíssimo. Por isso, agora, estão a mudar o 'software'", conta.
.
logo_empresas

sexta-feira, agosto 28, 2009

WSWS - New -- 24 August 2009

New Today -- 24 August 2009

Perspective

70 years since the Hitler-Stalin Pact

Seventy years ago, Nazi foreign minister Joachim von Ribbentrop and Soviet foreign minister Vyacheslav Molotov met in Moscow to sign a hastily-negotiated Non-Aggression Pact between Hitlerite Germany and the USSR.

.

News & Analysis

War to escalate after Afghan election

In the wake of last Thursday's election in Afghanistan, the US establishment is proceeding with plans for a further expansion of the war.

.

South Korean government witch-hunts Ssangyong workers

.

Hydroelectric catastrophe in Russia

.

Iceland: Bank bailout and corruption scandals fuel protests

.

US: New revelations on immigrant detainee abuse

.

Australian teachers union calls for streamlined dismissals

.

Former Wehrmacht officer condemned as war criminal

.

The firing of a German supermarket cashier: A case of class justice

.

Socialist Equality Party

.

Detroit city workers oppose concessions, layoffs

.

Read more at wsws.org

WSWS - New -- 22 August 2009

.

Perspective

Washington praises Afghan election fiasco to justify war escalation

.

In an attempt to legitimize the escalation of a war opposed by the majority of the American people, the Obama administration, backed by the US media, has hailed Afghanistan's August 20 election.


News & Analysis

Obama administration uses Blackwater in drone killings

.

In spite of Blackwater's well-established record of indiscriminate killings of Iraqi civilians, the Obama administration has retained its services in Afghanistan.

.

US presses Pakistan for offensive in South Waziristan

.

US workplace suicides up by 28 percent

.

China: Protesting steel workers halt plant privatisation

.

Sri Lanka: Detention of Tamil civilians to continue indefinitely

.

Ridge's "revelations" on US terror alerts

.
What the World Socialist Web Site said

.

Britain: Government sued over illegal detentions in Afghanistan

.

Texas judge on trial for refusing to hear death row inmate's appeal

.

Socialist Equality Party

Detroit city workers oppose concessions, layoffs


Workers Struggles

Workers Struggles: Asia, Australia and the Pacific


Correspondence

quinta-feira, agosto 27, 2009

Cheney diz que investigar CIA é ação "política"

Mundo

.
Vermelho -
25 de Agosto de 2009 - 19h34
.

O escândalo sobre as torturas praticadas pela CIA não tem prazo para terminar. Depois que o Departamento de Justiça dos EUA nomeou um promotor especial para investigar os casos mais extremos de maus-tratos a prisioneiros, Washington se prepara para a batalha política que se avizinha, enquanto as organizações de direitos humanos e a própria ONU querem uma investigação exaustiva.

.

Criticando a decisão da administração Obama, o ex-vice-presidente Dick Cheney, um enérgico defensor das políticas agressivas da administração Bush, disse que a informação obtida pela CIA mediante a tortura "salvou vidas".
.
As revelações, contidas num amplo relatória da própria CIA divulgado ontem, exacerbou as discussões políticas. Os democratas denunciam a "normalização" da tortura e os republicanos afirmam que "os fins justificam os meios" e que as "técnicas intensivas" autorizadas pela administração Bush ajudaram a "desmantelar novos atentados".
.
Para Cheney, os detidos que foram submetidos à asfixia simulada (waterboarding) "ajudaram a deter outros militantes da al-Qaida", trovejou.
.
Bush, versão 2.0
.
No outro lado do espectro político, organizações de direitos civis, que contribuiram para desclassificar o relatório, exigem que Obama cumpra com a promessa de acabar com as práticas da administração republicana.
.
"O presidente se comprometeu a colocar um fim à tortura e outras medidas ilegais. Mas enquanto não ficar claro que as leis serão cumpridas energicamente, suas palavras não serão dignas de crédito e suscitarão o fantasma Bush 2.0", declarou o diretor-executivo da organização Anistia Internacional, Larry Cox.
.
"O relatório demonstra que é mais importante que nunca estabelecer uma investigação completa e independente, com todo o rigor da lei, para colocar em evidência e exigir responsabilidades aos que encarregaram, projetaram e aplicaram métodos antiterroristas ilegais", disse Cox.
.
Cheney voltou à carga nesta terça-feira, declarando que "a decisão do presidente Obama, de permitir ao Departamento de Justiça que investigue e possivelmente processe funcionários da CIA, e sua decisão de ultrapassar a autoridade para interrogar da CIA à Casa Branca, serve como uma lembrança, se era preciso alguma, de porque tantos americanos tem dúvidas sobre a capacidade desta administração de ser responsável pela segurança de nossa nação".
.
Navi Pillay, do Conselho de Direitos Humanos da ONU, declarou que os EUA deveriam pagar indenizações às pessoas que manteve detidas sem acusações ou que foram torturadas. "Algumas pessoas perderam sete anos de suas vidas e podem ter ficado severamente prejudicadas do ponto de vista psicológico, físico e econômico, simplesmente porque estavam na hora e no lugar errados", disse.
.
Da redação, com agências internacionais

.

.

quarta-feira, agosto 26, 2009

55 anos: Vargas sobrevive no Estado brasileiro

Brasil

.
Vermelho - 24 de Agosto de 2009 - 19h30

.
A idéia do Estado forte está entranhada na mente dos brasileiros. Maior prova disso é a foto boçal do candidato udenista, em 2006. Alckmin precisava provar que não venderia o Estado brasileiro, como fizera o governo de seu partido nos anos 90. É a prova maior de que FHC falhara na tentativa pretensiosa de "enterrar a era Vargas".


.

por Rodrigo Vianna
no blog O Escrevinhador

Getúlio Vargas

Vargas e Juscelino Kubitschek

.

No dia 23 de agosto de 1954, Getúlio Vargas mandou avisar, através do jornal "Última Hora", o único que não aderira à campanha contra seu governo: "Só saio morto do Catete".
.
A UDN e Carlos Lacerda - que queriam depor o presidente - acreditaram que era um blefe.
.
No dia 24 de agosto, há exatos 55 anos, Vargas cumpriu a promessa: deu um tiro no peito e adiou por dez anos o golpe da direita.
.
Quatro décadas depois, a nova UDN tentou matar Vargas pela segunda vez. Fernando Henrique Cardoso prometeu "enterrar a era Vargas". Não conseguiu.
.
O mito se esvaece, mas Vargas sobrevive no Estado brasileiro
.
Curiosamente, há pouca gente no Brasil hoje que se define como "getulista". O culto a Vargas, felizmente a meu ver, não existe. Mas Vargas sobrevive no Estado brasileiro.
.
O BNDES é Vargas, os bancos públicos são Vargas, a Petrobrás é Vargas, a Previdência Social (cheia de defeitos, mas um dos maiores programas sociais do mundo) é Vargas. E o Bolsa-Família, de certa forma, também é Vargas.
.
Outro fato curioso: na Argentina, Perón sobrevive como um mito. Ele e Evita são cultuados. Mas o Estado que ele criou não existe mais. Foi desmontado por um "peronista", Carlos Menem, que levou o neo-liberalismo ao pé da letra.
.
Na Argentina, o mito de Perón sobrevive, enquanto o Estado peronista desapareceu.
.
No Brasil, o mito de Vargas se esvaeceu. Mas, no Estado brasileiro, Vargas sobrevive.
.
Para mim, é prova de que a obra dele foi maior, muito mais duradoura, do que a obra de Perón.

.
A idéia do Estado forte está entranhada na mente dos brasileiros. Maior prova disso é a foto boçal do candidato udenista, em 2006. Alckmin precisava provar que não venderia o Estado brasileiro, como fizera o governo de seu partido nos anos 90. É a prova maior de que FHC falhara na tentativa pretensiosa de "enterrar a era Vargas".
.
Curiosamente, também, no comando do Estado brasileiro hoje está uma facção politica que fazia a crítica de Vargas. Lula e os sindicalistas do ABC pensavam que iriam "superar" Vargas. Influenciados pelos acadêmicos paulistas, como Weffort (que era tucano, mas esquecera de avisar), reduziam Vargas, com dois conceitos simplistas: "populista" e "paternalista".
.
Por ironia da história, o governo Lula a meu ver passou bem pela grave crise internacional porque soube manejar bem os instrumentos criados por Vargas.
.
Guido Mantega, ironizado pelos sabichões tucanos das PUCs e USPs, conduziu com maestria o contra-ataque à crise. Manejando bem as alavancas do Estado. Os bancos públicos ajudaram a destravar o crédito. Se tivéssemos vendido tudo, como queriam os tucanos, qual ferramenta teria o Brasil para enfrentar a crise?
.
O Guido Mantega, com seu sotaque de genovês, mas com seu apreço pelo Brasil, pode não saber: mas ele também é um pouco Getúlio Vargas.
.
O Estado - demonizado nos anos 90 - ajudou a salvar o Brasil da crise...
.
Getúlio Vargas foi um ditador. Foi. Ponto. O Estado Novo foi uma ditadura.
.
Mas reduzir Vargas a isso é pensar pequeno.
.
O Brasil precisa lembrar do Vargas dos anos 50: eleito pelo povo, nacionalista, independente. Lembrar dele não como um mito, acima do bem do mal. Mas como prova de que o Brasil dá certo. Sempre que abandona o complexo de colônia, e age com independência, o Brasil cresce e melhora.
.
Lembrar o suicídio de Vargas é lembrar, também, que a UDN sobrevive. Com outros nomes. Mas, como há 55 anos, a UDN sonha com o golpe. Eles vivem de golpes. É preciso enfrentá-los.
.
Há 55 anos, sem saída, Vargas deu um tiro no peito.
.
Hoje, simbolicamente, o tiro tem que ser na direção do inimigo. Na direção daqueles que - como há meio século - querem retomar o Estado para vender o Brasil.

.
Veja abaixo a Carta Testamento do Presidente Getúlio Vargas:
.
"Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."
.
(Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)

1 comentários
.

.


Dossiê da CIA abre técnicas de tortura contra "terroristas"

Mundo

.
Vermelho - 24 de Agosto de 2009 - 19h0
6
.

Agentes dos Estados Unidos ameaçaram prisioneiros com revólveres, furadeiras elétricas e o estupro de familiares durante interrogatórios. Os dados constam de relatórios secretos da CIA tornados públicos nesta segunda-feira (24). Diante das revelações, o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, indicou o procurador federal John Durham para investigar o uso de torturas pela CIA na "Guerra Contra o Terror".

Holder, " totalmente consciente" de divergir da CIA

.

O Departamento de Justiça dos EUA recomendou também nesta segunda-feira a reabertura das investigações sobre muitos casos de "abusos" cometidos pela CIA contra prisioneiros, no Iraque e no Afeganistão. No mesmo dia, o presidente Barack Obama anunciou que uma nova unidade de elite, sob supervisão direta da Casa Branca, passaria a interrogar os suspeitos de terrorismo.
.
Furadeira elétrica em interrogatório
.

Os relatos de torturas estão em um relatório da CIA, rdvcrito em 2004 mas só agora divulgado pelo Departamento de Justiça. O documento, que tem páginas inteiras censuradas, descreve "abusos" cometidos durante o interrogatório de supostos terroristas.
.
Conforme o relatório, os interrogatores ameaçaram matar os filhos de Khaled Cheikh Mohammed, apresentado como o cérebro dos atentados de 11 de setembro de 2001, para fazê-lo falar.

.
Abdel Rahim al-Nachiri foi interrogado com um revólver apontado para sua cabeça. Depois, foi ameaçado com uma furadeira elétrica. Ele era suspeito de planejar o atentado de outubro de 2000 no Iêmen, contra o navio de guerra USS Cole.
.
Em outra ocasião, um inérprete disse a al-Nachiri (tido como um alto dirigente da Al Qaeda) que "nós podemos trazer tua mãe aqui" e "podemos trazer tua família aqui". Conforme o próprio relatório da CIA explica que, na época, corria o rumor de que as técnicas de interrogatório incluiam o estupro de mulheres na frente de seus familiares.
.
O correspondente da BBC de Londres em Washington, Daniel Sandford, escreveu que há "forte preocupação" de que esses métodos de interrogatório tenham sido usados por outras agências. Além da CIA, ele cita o FBI e as forças armadas.
.
Tortura ameaça crise no governo Obama
.
"Estou totalmente consciente de que a abertura desta investigação vai ser contestada", disse Eric Holder ao anunciar a missão de Durham. Ele se referia ao fato de que o atual diretor-geral da CIA, Leon Panetta, ao ser nomeado por Barack Obama, declarou-se contrário à reabertura dos dossiês sobre tortura.
.
Panetta, em e-mail para os funcionários da CIA nesta segunda-feira, reafirmou sua posição. Disse que iria "dar apoio àqueles funcionários que fizeram o que seu país requeria e que seguiram a orientação legal que lhes era dada". Ele agrega, porém, que "a agência não desculpa o comportamento, ainda que raro, daqueles que foram além das orientações formais em matéria de contraterrorismo".
.
Segundo o jornal The New York Times, Holder, ao assumir suas funções, descobriu que os papéis mencionavam casos de assassinato de prisioneiros, de tortura física e moral. Isso o levou a pedir a reabertura da investigação, abrindo uma cisão na equipe de governo.
.
O uso da tortura – a palavra em geral é substituída por fufemismos como "abusos" – transformou-se em política de governo dos EUA destacadamente durante a "Guerra Contra o Terror", declarada pelo presidente George W. Bush após o 11 de Setembro. Depois da posse de Obama, o vice de Bush, Dick Cheney, passou a encabeçar uma campanha de opinião pública em que defende abertamente os torturadores, em nome da "segurança nacional".
.
O governo Obama tenta evitar que as revelações se transformem em uma crise aberta. "Bom, como o presidente tem dito repetidamente, ele pensa que deveríamos olhar para frente, não para trás", disse Bill Burton, subsecretário de Imprensa da Casa Branca, falando à imprensa em Oak Bluffs, onde o presidente se encontra de férias com a família.
.
Burton, porém, tratou de não dar a impressão de intromissão da Casa Branca no trabalho da Procuradoria. "O presidente acha que Eric Holder, que foi apontado como um procurador-geral muito independente, deve tomar sAus decisões", disse o assessor. "O presidente diz que a decisão de quem será investigado e quem processado está em suas [de Holder] mãos", completou.
.
Da redação, com agências

.

.

Brasil - Trabalhadoras Domésticas querem reconhecimento da profissão pela OIT

Movimentos

.
Vermelho - 23 de Agosto de 2009 - 19h49

.

A presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Maria Creusa Oliveira, ressaltou que a legalização profissional da categoria, além de garantir direitos sociais, dará às domésticas maior poder de mobilização.

.

Trabalhadoras domésticas de todo o país deram neste fim de semana, em Brasília, o primeiro passo para acelerar o processo brasileiro de reconhecimento profissional da categoria.
.
Em um encontro que reuniu representantes de todo o país, além de trabalhadoras de países das Américas do Sul e Central, as lideranças estaduais preencheram um questionário enviado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para saber quais suas principais reivindicações. Entre elas, está o reconhecimento legal da profissão.
.
Esses relatos e o posicionamento do governo brasileiro, servirá de base para que lideranças de todo o mundo discutam o assunto, em junho do ano que vem, na reunião da OIT, em Genebra. A presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Maria Creusa Oliveira, ressaltou que a legalização profissional da categoria, além de garantir os direitos sociais usufruídos por todos os trabalhadores legalizados, dará as domésticas maior poder de mobilização uma vez que terão direito de se organizar em sindicatos reconhecidos com a possibilidade de participar, por exemplo, dos recursos do imposto sindical.
.
“Se tivéssemos os sindicatos reconhecidos, a gente estaria direto em Brasília para pressionar esses políticos a votarem os projetos que estão parados no Congresso por falta de vontade política”, disse Maria Creusa. Ela acrescentou que a categoria não tem dinheiro para deslocar-se com frequência a capital para negociar suas reivindicações com o governo e o Congresso."
.
Nesse sentido, o papel das discussões preliminares sobre as reivindicações que a categoria pretende levar à OIT é de fundamental importância. As trabalhadoras domésticas propõem que, na reunião de 2010, a organização não apenas recomende aos países-membros o cumprimento dos direitos das domésticas mas, sim, ratificados por meio de uma convenção.
.
A representante da organização no encontro, Márcia Vasconcelos, destacou que, quando um país ratifica uma convenção internacional, o tratado passa a ter força de lei. “O conteúdo [da proposta a ser levada para a reunião de 2010] ainda vai ser definido. A OIT encaminhou questionários para o governo e confederações de trabalhadores para avaliar as opiniões.”
.
Levantamentos feitos pela OIT e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmam que o Brasil tem cerca de 8 milhões de trabalhadores domésticos, a maioria formada por mulheres. Do total, apenas 1,8 milhões tem Carteira de Trabalho e Previdência Social.
.
Apesar da mobilização na busca por seus direitos há mais de 70 anos, as domésticas até hoje convivem com problemas como o trabalho infantil e a exploração sexual, indicam os levantamentos.
.
A estimativa é de que a exploração de mão de obra infantil na profissão, chegue a 470 mil meninas em todo o Brasil. Além disso, o não reconhecimento profissional da categoria retira o acesso das domésticas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a benefícios previdenciários como o pago em caso de acidente de trabalho.
.
A coordenadora-geral do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas (SP) e diretora da Confederação Nacional dos Trabalhos de Comércio e Serviços, Regina Teodoro, afirmou que em seu município, a cada 20 domésticas atendidas diariamente pelo sindicato, pelo menos duas têm problemas de acidente de trabalho e de saúde de trabalho que não são reconhecidos pelo governo.

.

.

Movimentos reagem a resolução que equipara nazismo a estalinismo


Movimentos

.
Vermelho - 21 de Agosto de 2009 - 14h55
.

Na última terça-feira (18), o Cebrapaz lançou uma nota assinada por diversas entidades do movimento social brasileiro, em repúdio à moção aprovada pela Assembléia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE) que equipara o estalinismo ao nazismo. A movimentação se soma a outras reações, como a declaração do parlamento russo que também condena a resolução da OSCE.

Parlamento russo foi o primeiro a criticar equiparação entre estalinismo e nazismo

.

No dia 03 de julho, a Assembleia Parlamentar da OSCE, que reúne 320 deputados de 56 países, aprovou uma resolução que condena, em igual medida, o estalinismo e o nazismo. A resolução, cujo texto foi apresentado pela Lituânia e Eslovénia, recebeu oito votos contra e quatro abstenções, tendo a delegação russa boicotado a votação. No texto afirma-se, nomeadamente, que “os dois principais regimes totalitários, o nazismo e o estalinismo, trouxeram o genocídio, a violação dos direitos e liberdades do homem, crimes militares e crimes contra a Humanidade”. A Assembleia Parlamentar da OSCE condena “o elogio de regimes totalitários, incluindo a realização de manifestações públicas que glorifiquem o passado nazi ou estalinista”.

.

Rubens Diniz, Diretor de Planejamento e Patrimônio do Centro Brasileiro de Luta pela Paz (Cebrapaz), avalia que a declaração reacionária da Assembléia Parlamentar européia é "fruto da onda conservadora que existe hoje na Europa" e que a intenção é "fazer uma releitura dos fatos históricos". Rubens compara esta declaração à criminalização da juventude comunista recentemente impetrada pelo governo da República Tcheca.

.

A nota do Cebrapaz se soma a uma série de manifestações contrárias à referida moção. A primeira reação veio do parlamento russo, que considera a resolução da Assembleia Parlamentar da OSCE uma tentativa de romper o diálogo entre a Rússia e o Ocidente, conforme declaração aprovada pelos dirigentes das duas câmaras do Parlamento russo na semana seguinte à aprovação da referida resolução.

.

Confira, abaixo, a nota do Cebrapaz assinada por entidades do movimento social brasileiro e deixe o seu comentário.

.

"Declaração dos movimentos populares e sociais brasileiros
.
Nós, entidades do movimento popular e social brasileiro, repudiamos novo episódio que demonstra a escalada antidemocrática na Europa, representada pela aprovação de uma moção, no âmbito da Assembléia Parlamentar da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação da Europa), no último dia três de julho, que ataca o papel das forças que protagonizaram a derrota do nazismo na segunda guerra mundial, em especial os povos soviéticos, e iguala o papel da União Soviética ao do nazismo, numa grosseira falsificação da história.
.
Os patrocinadores desta moção são os mesmos que em vários países da União Europeia, em especial no Leste Europeu, perseguem e mesmo proíbem a existência de correntes de opinião mais vinculadas aos trabalhadores e à juventude. É o caso, por exemplo, da República Tcheca, que ocupa a presidência de turno da União Europeia, onde uma organização de juventude está atualmente banida.
.
Ao mesmo tempo, vemos com preocupação o ressurgimento na União Européia de tendências fascistas, xenófobas e de agressão a imigrantes. Neste sentido, hipotecamos nossa mais ampla solidariedade ao povo europeu em defesa da democracia e pela liberdade de pensamento e de opinião.
.
São Paulo, 18 de agosto de 2009.
.
Cebrapaz – Centro Brasileiros de Solidariedade aos Povos e luta pela Paz
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
UNE – União Nacional dos Estudantes
Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
UJS – União da Juventude Socialista
Conam – Confederação Nacional das Associações de Moradores
UBM – União Brasileira de Mulheres
Unegro – União dos Negros pela Igualdade"
.
Por Luana Bonone, da Redação, com informações de DaRussia

.

.

Por que a imprensa não divulga que há cubanos presos nos EUA?

América Latina

.
Vermelho -21 de Agosto de 2009 - 10h36

.

Nossa imprensa divulgou com destaque, há pouco tempo, a prisão e condenação de duas jornalistas americanas de origem oriental, na Coréia do Norte, acusadas de espionagem. Euna Lee e Laura Ling pegaram 12 anos de prisão. Tomara que sejam libertadas o quanto antes. Mas será que os brasileiros sabem, também, que há 11 anos cinco cidadãos cubanos estão presos nos Estados Unidos, em condições duríssimas, condenados num julgamento que sempre foi questionado por juristas de diversos países?

.

Por Rogério Marques *, em Adital

.

Sabia você que existe uma campanha internacional pela libertação desses cinco cubanos? E que em março último 10 prêmios Nobel do mundo inteiro pediram à Suprema Corte americana a libertação do grupo - um fato inédito na história dos Estados Unidos, que poucos jornais divulgaram aqui no Brasil?
.
Garanto que a maioria dos leitores e até mesmo muitos jornalistas ignoram este fato por um único motivo: nossos jornais vivem hoje uma situação anacrônica, ainda mergulhados no espírito da guerra fria. Dependendo do país em foco, as notícias ganham espaço e interpretações diferentes.
.
Ao contrário das americanas Euna Lee e Laura Ling, que tiveram suas fotos divulgadas em todos os jornais, os cinco cubanos encarcerados há 11 anos não têm rosto, profissão, nem mesmo nomes. As poucas notas que citam o acontecimento falam vagamente de "cinco cubanos". E a maioria dessas notas dá apenas a versão norte-americana para o caso - segundo a qual eles faziam espionagem e preparavam atos terroristas.
.
Antonio Guerrero, engenheiro civil, Fernando González, Gerardo Hernández, licenciados em relações internacionais, Ramón Labañino, economista, e René González, técnico de aviação foram presos em Miami em 1998. O governo de Cuba afirma que os cinco estavam investigando a ação de grupos terroristas anticubanos. Existem fatos que sustentam esta versão.
.
Esses grupos nunca deixaram de agir. Em 1976 derrubaram um avião da empresa Cubana de Aviación, matando 73 pessoas. Em 1997, apenas um ano antes da prisão dos cinco, terroristas mataram uma pessoa e feriram 12 num hotel em Cuba. Em um julgamento considerado político e cheio de irregularidades, os cinco cubanos foram condenados a penas altíssimas - Gerardo e Antonio pegaram prisão perpétua.
.
Nos últimos anos, vem crescendo, no mundo inteiro, uma campanha pela libertação do grupo. Dezenas de juristas, artistas, políticos, intelectuais já manifestaram apoio à campanha, que ganhou mais força no dia seis de março último com a adesão dos 10 ganhadores de prêmios Nobel: o escritor alemão Günter Grass; o dramaturgo e compositor italiano Dario Fo; o físico russo Zhores Alferov; o presidente do Timor Leste José Ramos-Horta; o argentino Adolfo Pérez Esquivel; a guatemalteca Rigoberta Menchú; a escritora sul-africana Nadine Gordimer; a irlandesa Mairead Corrigan-Maguire; o escritor português José Saramago; e o escritor nigeriano Wole Soyinka.
.
O caso dos cinco cubanos está longe de ser o único exemplo da falta de isenção e independência da imprensa brasileira. Outro episódio gritante foi a invasão e destruição do Iraque pela chamada Coalizão, liderada pelos Estados Unidos, em 2003. Um massacre. Mas as notícias sobre a invasão eram dadas com sobriedade, sem adjetivos, pela nossa imprensa. Passava-se a idéia de que países democráticos e civilizados estavam cumprindo uma nobre missão.
.
Mais tarde descobriu-se que a razão alegada para a invasão era uma mentira. O Iraque não tinha armas de destruição em massa. E por que nossa imprensa não divulga que grupos de defesa dos direitos humanos no mundo inteiro, inclusive nos Estados Unidos, querem que Bush seja julgado pelos crimes de guerra que cometeu no Iraque e no campo de concentração de Guantánamo? Será que somente o dirigente do Sudão, Omar al-Bashir, é um criminoso de guerra?
.
Em vez de serem julgados por seus crimes, e contando com o silêncio da mídia, George W. Bush faz palestras em universidades americanas e seu vice Dick Cheney ainda hoje defende a tortura de prisioneiros em Guantánamo. Enquanto isso, quem está preso é o jornalista iraquiano Muntazer al-Zaidi. Seu crime: atirar sapatos no criminoso de guerra que destruiu e ainda ousou visitar o Iraque. Entre os casos de al-Zaidi e dos cinco cubanos encarcerados há 11 anos nos Estados Unidos existem portas. A imprensa tem o dever de abri-las.
.
* Rogério Marques é vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

.

.

PCdoB - Paradigmas neoliberais eram falsos, reafirma Renato Rabelo

Partido Vivo

.
Vermelho - 19 de Agosto de 2009 - 20h30
.

No último dia do Encontro Nacional Sindical do PCdoB, o destaque esteve com o presidente do partido, Renato Rabelo. Ele reforçou a necessidade de se estudar e se discutir o Programa Socialista durante todo o processo do 12º Congresso. E reforçou: “a crise revelou que os paradigmas neoliberais eram falsos e essa constatação abre caminho para apresentarmos um projeto nacional de desenvolvimento mais conseqüente e mais profundo, de caráter anti-imperialista, antifinanceiro e antilatifundiário”.
Renato Rabelo - encontro sindical - agosto 2009

Renato critica setor financeiro

.

Renato Rabelo procurou ressaltar a importância dos trabalhadores e dos sindicalistas na construção de um novo momento histórico na trajetória brasileira. Lembrou que o partido busca discutir a construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento como caminho para a construção do socialismo, etapa de um novo salto civilizacional. No Brasil, os dois primeiros ciclos civilizacionais visualizado nas teses do PCdoB são a formação do povo, da nação e do Estado brasileiros – marcados pela unidade de diferentes etnias – e a implantação do Estado nacional-desenvolvimentista por Getúlio Vargas a partir dos anos 1930. “O povo brasileiro se mostrou capaz construir uma cultura com a qual se identifica. Este é um êxito importante de nossos antepassados”, enfatizou.
.
“Levando em conta esses dois ciclos civilizacionais, coloca-se agora a necessidade de darmos um passo adiante: criar condições para a construção do socialismo. O Programa tenta responder a esse desafio e nós e, bem como as próximas gerações, temos de enfrentá-lo”, disse o dirigente. Segundo ele, “a transição ao socialismo é estratégica porque somente uma transição como essa pode garantir progresso social e soberania. O programa tem um rumo (o socialismo) e um caminho (o projeto nacional de desenvolvimento) – e nenhum partido no Brasil apresenta algo com essas características”.
.
Renato Rabelo contextualizou a realidade brasileira lembrando que depois de Vargas, “houve um esgotamento do projeto nacional desenvolvimentista, sem nada que o substituísse”. Particularmente após os anos 1980, a situação piorou. “Apenas a partir do segundo mandato do presidente Lula conseguimos abrir caminho para um novo projeto. Ficou clara, em seu governo, a escolha pela soberania, por maior democratização, por conquistas sociais e pela integração com a América Latina”. Mas, alertou, “há ainda muitas limitações”.
.
O presidente do PCdoB criticou especialmente o poder das finanças nos rumos da economia. “O governo Lula ainda é marcado por dualidades e deficiências. Poderia estar em outro patamar, mas mudar essa situação depende da luta política, do enfrentamento da oligarquia financeira, responsável por nossas principais debilidades. Mas a crise certamente abre novas perspectivas, abre a possibilidade de mostrarmos que a solução está no socialismo”.

.

O novo projeto nacional de desenvolvimento defendido pelo PCdoB deve, conforme salientou Rabelo, ter ao menos três características. A primeira, “forjar uma nação com identidade própria, soberana e independente e, neste sentido, é preciso que se aumentem os investimentos na defesa de nosso território para que se possa dissuadir as tentativas de ocupação do país”.
.
O segundo item é a democratização do Estado brasileiro, marcado hoje por suas raízes antidemocráticas e conservadoras. “Para isso, a reforma política é fundamental. Temos de mudar o sistema porque hoje se vota em pessoas, não em partidos. São eleitos parlamentares que se colocam à frente de suas legendas, que defendem seus próprios interesses”. Ele voltou a defender o financiamento público de campanha e as listas pré-ordenadas “com candidatos que defendam o programa de seu partido porque hoje os partidos são meras exigências legais para se disputar uma eleição”.
.
Por fim, Renato Rabelo destacou o papel da economia. “Precisamos de um desenvolvimento forte e continuado. De acordo com a Cepal, seria necessária uma taxa de investimento de 25% durante um período longo para que atinjamos crescimento de 8% ao ano. A saída é fortalecer a estrutura estatal, que precisa ser a força de vanguarda nesse processo”.
.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte

.

.

Imigrantes não tiram trabalho dos italianos, diz pesquisa

Mundo

Vermelho - 18 de Agosto de 2009 - 19h03
.

O aumento no número de estrangeiros na Itália, durante os últimos anos, não se refletiu em menores oportunidades de trabalhos aos italianos, é o que revela um estudo divulgado nesta terça-feira (18 pelo Banco da Itália (Banco Central do país).

.

O relatório, que analisa a interferência da imigração nas economias regionais em 2008, destaca que a onda migratória que atingiu a península não tirou trabalho dos italianos.
.
Pelo contrário, aumentou a possibilidade de ocupação aos cidadãos do país, em particular aos mais instruídos, que conseguem postos de gestão e de administração.
.
A maior quantidade de estrangeiros também abriu as portas às mulheres italianas, pois, com os imigrantes que trabalham no cuidado de idosos e de crianças, elas podem enfrentar melhor as tensões decorrentes das obrigações da família e do trabalho.
.
A situação apresentada pelo Banco da Itália aponta ainda que, embora tenha se modificado o tradicional fluxo do sul ao centro e ao norte do país, os italianos passaram a ocupar cargos melhores, já que os estrangeiros acabam suprindo a demanda no setor industrial que no passado era ocupada pelos sulistas.
.
Ainda segundo o relatório, embora sejam elevados os índices de ocupação dos estrangeiros, eles ocupam postos que demandam um nível baixo de escolaridade.
.
Assim, cerca de 44% dos imigrantes atua em setores e tarefas de menor exigência escolar, diante de 15% dos italianos, uma porcentagem que aumenta a quase 60% no sul da península.
.
As novas gerações de estrangeiros, segundo o Banco da Itália, representam ainda um elemento relevante da futura força de trabalho do país.
.
No período 2007-2008, havia 570 mil alunos com cidadania estrangeira. Destes, um em cada quatro entre 15 e 10 anos de idade abandonaram a escola, frente a 12% dos italianos.

.

.

terça-feira, agosto 25, 2009

As 865 bases militares dos EUA em 40 países

Mundo

Vermelho - 18 de Agosto de 2009 - 16h47
.
No contexto do neopinochetismo hipocritamente tolerado por Washington em Honduras, agora resulta que a projetada instalação de sete bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, que provocou massivo repúdio na América Latina, constitui a atualização de um novo acordo de segurança mediante o arrendamento das bases existentes com a finalidade filantrópica de combater a narcoguerrilha fronteiriça, segundo uma engenhosa interpretação de Obama exposta para um grupo de jornalistas hispanos (Reuters, 07/08/09), em vésperas da desarticulada cúpula do ASPAN em Guadalajara, onde o México não tem nada que fazer nem devia ter participado desde sua calamitosa gênese.

.

Por Alfredo Jalife-Rahme, para o La Jornada

.

Ninguém aprende com a cabeça alheia e EUA repete os mesmos erros da URSS, com uma tríade de consequências devastadoras: sobreextensão imperial, guerra perpétua e insolvência, que levam a um provável colapso similar ao da anterior União Soviética, na opinião de Chalmers Johnson (Dez medidas para liquidar as bases militares dos EUA; Asia Times, 04/08/09).
.
Chalmers Johnson, professor emérito da Universidade da Califórnia (San Diego) e profícuo autor de livros notáveis, evidencia o império global potencialmente ruinoso de bases militares, que cadencia a longa dependência no imperialismo e no militarismo dos EUA em suas relações com outros países, além de "seu inchado establishment militar".
.
Paralelamente, Floyd Norris, analista financeiro e econômico do The New York Times (01/08/09), revela que o embarque de bens duradouros civis dos EUA caiu mais de 20% durante a recessão, o qual teria sido pior se não fosse a crescente produção de armas, que disparou 123% acima da média do ano 2000 (início do militarismo bushiano, que Obama incrementou com sua máscara de cordeiro sequestrado pelos lobos do Pentágono).
.
Norris comenta que EUA é primariamente uma economia civil, quando o "item militar representa ao redor de 8% de todos os bens duradouros (no ano 2000 foi 3%)"; porém, em nossa humilde opinião, é a uma economia preponderantemente militar, já que muitos segmentos de sua atividade civil se entrelaçam com seu substancial belicismo, como tem demonstrado SIPRI, o excelso instituto pacifista sueco.
.
Segundo o inventário do Pentágono, em 2008, citado por Johnson, o império dos EUA consiste em 865 instalações em mais de 40 países, com um deslocamento de mais de 190 mil soldados em mais de 46 países e territórios.
.
Johnson expõe o caso singular do Japão e a base de Okinawa (por certo, infestada por escândalos sexuais dos dissolutos militares estadunidenses que levam 64 anos ininterruptos de ocupação).
.
As sete bases militares adicionais dos EUA na Colômbia elevarão seu total planetário para 872, o qual não tem equivalente com nenhuma potência passada e presente. Literalmente, os Estados Unidos invadiram o mundo!
.
O mais relevante radica, na opinião de Johnson, em que tal ocupação é desnecessária para a genuína defesa dos EUA, além de provocar fricções com outros países e sua dispendiosa manutenção global (250 bilhões de dólares por ano, segundo Anita Dancs Foreign Policy in Focus): seu único propósito é oferecer aos EUA hegemonia, isto é, controle ou domínio sobre o maior número possível de países no planeta.
.
Na opinião de Johnson, Obama não percebeu que os EUA não têm mais a capacidade de exercer sua hegemonia global, enquanto exibe seu lastimoso poder econômico mutilado, quando os EUA se encontram em uma decadência sem precedentes.
.
Expressa três razões básicas para liquidar o império estadunidense: 1. Carece dos meios para um expansionismo de pós-guerra; 2. "Vai perder a guerra no Afeganistão, o qual aumentará ainda mais sua quebra"; 3. Acabar o vergonhoso segredo do império de nossas bases militares.

.
Propõe dez medidas:
.

  1. Por fim ao severo dano ambiental causado pelas bases e pelo cesse do Acordo sobre o Estatuto dos Exércitos (SOFA, por suas siglas em inglês) que de antemão impede aos países anfitriões exercer sua jurisdição sobre os crimes perpetrados pelos soldados estadunidenses, isentos de toda culpabilidade (particularmente, a epidemia de violações sexuais nos paraísos militares).
  2. Liquidação do império e aproveitar o custo de oportunidade para investir em campos mais criativos.
  3. O anterior, indiretamente, frearia o abuso aos direitos humanos, já que o imperialismo engendra o uso da tortura, tão abundante no Iraque, no Afeganistão e na base de Guantanamo.
  4. Recortar a inacabável lista de empregados civis e dependentes do Departamento de Defesa, dotado de seu luxuoso prédio (piscina, cursos de golfe, clubes, etc.).
  5. Desmontar o mito, promovido pelo complexo militar-industrial, de sua valia na criação de empregos e na investigação científica, o qual tem sido desacreditado por uma investigação econômica séria.
  6. "Como país democrático que respeita a si mesmo, EUA deve deixar de ser o maior exportador de armas e munições do mundo e deixar de educar os militares do Terceiro Mundo (v.gr. militares da América Latina na Escola das Américas, em Fort Benning, Geórgia) nas técnicas de tortura, golpes militares e serviço como instrumentos de nosso imperialismo".
  7. Devido às limitações crescentes do orçamento federal, devem ser abolidos os programas que promovem o militarismo nas escolas, como o treinamento do Corpo de Oficiais da Reserva.
  8. Restabelecer a disciplina e a prestação de contas nas forças armadas dos Estados Unidos, diminuindo radicalmente a dependência dos contratistas civis, das empresas militares privadas e dos agentes que trabalham para o exército fora da cadeia de comando e do Código de Uniforme da Justiça Militar. O livro de Jeremy Scahill Blackwater cita: A ascensão do exército mercenário mais poderoso (sic!) do mundo (Nation Books, 2007). A propósito, o holandês-estadunidense Eric Prince, fundador retirado de Blackwater e neocruzado da extrema direita cristã do Partido Republicano (muito próximo ao bushismo), acaba de ser implicado em um assassinato (The Nation; 04/08/09.
  9. Reduzir o tamanho do exército dos EUA.
  10. Cessar a dependência não apropriada na força militar como principal meio para tentar alcançar metas de política exterior.
.
Sua conclusão é realista: infelizmente, poucos impérios no passado abandonaram voluntariamente seus domínios para permanecer como entidades políticas independentes e autogovernadas. Os dois importantes e recentes exemplos são os impérios britânico e o soviético. Se não aprendemos com eles, nossa decadência e queda estarão predeterminadas.
.
Terá cura a fixação dos Estados Unidos ao militarismo por mais um século?
.
Artigo publicado originalmente no jornal mexicano La Jornada (www.jornada.unam.mx).
.
Fonte: Brasil de Fato

.
.